7.28.2010

Lebenskrankheit

Era de mim mesmo que eu gostaria de me libertar. Era eu mesmo o obstáculo que busquei superar. Porém, fui incapaz de fazê-lo. Consegui apenas me enganar, fugir de mim mesmo e me esconder. Desnudado como sempre, sinceramente eu lhes conto queridos leitores amigos que nada neste mundo foi-me mais importante do que eu mesmo. Estar vivo, respirar, sentir, pensar e comer. O pensar sobre ser e estar eu mesmo acabou por me afastar de todos os outros, inclusive de mim. Ironia, me afastei de quem eu mais queria nesta existência encontrar. Corri por dentro da minha cabeça entre labirintos e no fim descobri que não existe nada neste mundo que eu conheça menos do que eu mesmo. Por isso, roubo palavras de Hesse para descrever a sombra que restou em mim. Me visto com as palavras de Dickinson e as grandes esperanças de Dickens. Assim, algum dia, vou me encontrar - solto no mudo - e dizer: "Muito prazer, faz muito tempo que lhe procuro". Gesundheit.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos."
(João Cabral de Melo Neto)

Anônimo disse...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

(Cartola)

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