5.20.2010

A partida

Fins são duros, sejam eles quais forem, mas não existe fim pior do que aquele de algo que nunca conseguiu existir. Qualquer um pode inventar um início, mas finais são impossíveis. Para terminar algo primeiro tem-se que amarrar todas as pontas soltas, desatar os nós, velar as intenções perdidas, liberar todas as vontades truncadas, coisas as quais nunca conseguimos. Pois, alguém sempre vai reclamar e não concordar. Sempre haverão buracos e já que é o final, ele – o fim – deveria significar pelo menos alguma coisa. Paraíso, inferno, ou mais do mesmo. Paz ou liberdade, nunca ambas. No fim, cada fibra sua quer arrefecer, cada parte viva quer morrer ou achar um meio de recomeçar tudo de novo. Novo. Porém, acabamos por não fazer nada e fica na boca o gosto amargo do todo, tudo sentido, tudo vivido, tudo sofrido. E, o tudo foi para o quê? Nunca é fácil responder. Porém, eu digo que para mim o fim é um teste e que no final – seja ele qual for – acabamos sempre por acertar. Não existe culpado, apenas a certeza que fizemos nossas próprias escolhas. Escolhemos o fim, mas não era afinal está a intenção? Nascer-morrer. Sem sombra de dúvidas finais são difíceis, mas no fundo nada realmente acaba. Recomeça diferente para depois findar.

3 comentários:

ivana debértolis disse...

Como já disse Lulina...'a vida é desfazer nós, nós, de nós mesmos.'

Ju disse...

hj não vim aqui pra ler, vim só desejar mais um dia lindo pra vc ;)
bjs!

Anônimo disse...

“The abyss from soul to soul cannot be bridged
By any skill of thought or trick of seeming”
(Fernando Pessoa)

aqui tem mais do mesmo

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