2.27.2009

Foi comprar iorgurte?

[spoiler warning] Como já foi dito por muitos antes de mim, hoje, nunca se sabe com segurança o que se vai ver nos filmes, tal a discrepância entre o marketing e o produto. Sim, estamos órfãos de posturas éticas no dia-a-dia, então, imaginem queridos leitores amigos na indústria cultural. Me sinto duplamente órfão, inseguro. Onde está SuperKantMan com seu bração forte para me nos proteger? No meio deste turbilhão todo que segue minha vida – viagem para Estocolmo, qualificação, entrega do apartamento, malas cheias e outras partes minhas vazias – eu descobri que ganhei uma aposta e com ela vem a maldição do “sorte no jogo, azar no amor”. Abre parênteses - Oh! Boneco de Olinda prove o contrário - fecha parênteses. Por conta disto, vou lhes contar sobre um pequeno grande filme francês chamado Le Mari De La Coiffeuse, ou para os corinthianos, O Marido da Cabeleireira.
O filme, singelíssimo, como são costumeiramente os franceses, intimista, humano, amoroso, conta de um menino que, apaixonado pela peitchola da cabeleireira, nos seus dozes anos de vida, decidiu que queria ser, quando adulto, marido de uma. Não tecnólogo como eu, engenheiro, médico, militar, delegado como um grande amigo solto no mundo e bêbado por letras, mas marido de uma cabeleireira. Encontra sua musa em Mathilde com toda sua atração de fêmea de verdade, nada daquelas coisas esticadas e envernizadas que o cinema americano produz aos quilos de silicones. Casam-se e vivem um para o outro, segundo o cartaz aqui no Brasil, “encastelados no salão Isidore, reino de sua deusa”. Até que, um dia qualquer, chove torrencialmente - igualzinho como os dias de chuva em São Paulo ultimamente -, ela se aproxima do marido, tira a calcinha, com certeza perfumada, e empoleira-se no colo de seu amado. Então, após o gozo, como que um véu de tristeza tolda-lhe o rosto e ela sai para a chuva para “comprar iogurte”. Mathilde não volta mais, joga-se nas águas turbulentas do rio e morre como Amélia que era mulher de verdade Ofélia. Mas deixara uma carta onde explicava ao pobre amado que ia embora “antes que você vá”; “antes de me sentir infeliz”; “antes que você deixe de me desejar”; “para que você nunca me esqueça”, eu (ela), “que sempre amei você e só amei você” (ele).
Na carta, Mathilde diz também que vai embora “levando a lembrança dos mais belos dias de minha vida, aqueles que você me deu”. Pare de virar os olhos, eu sei que estraguei o filme. Agora, diga a verdade querido leitor você iria pegar na sua Blockbuster ou 100%video um filme chamado O Marido da Cabeleireira. Não, não iria não cara pálida! Então, salvei sua vida e lhe iluminei com uma linda história de amor “muderna”. Agora basta! Vou voltar para a Ecologia Industrial e tentar sobreviver a minha banca de qualificação do doutorado no dia 25 de março. 
Para vocês fiéis e queridos leitores amigos um presentinho porque sou pessoa dada a fazer agrados. Só clicar aqui e ouvir Os Matadores com For Reasons Unknown. "Boraê" ouvir e cantar junto. Oooh waooooooo waooooooo! Agora, se você for curioso e querer saber qual é a música deles que eu escuto nesses últimos dias sem parar é esta outra aqui. Preste a atenção no estranho começo, eu tremo por dentro. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Diz-se que quem é feliz no amor
No jogo é infeliz
Mas de quem faz do amor
Um jogo o que é que se diz?
(Caetano Veloso)

Fabinha disse...

Ai,
vou alugar "O marido da cabeleireira". Falando em singelesas francesas...indico "Os joelhos de Claire", ou....Le Genou de Claire, p vc que não é conrinthiano.
Beijos e saudades outonais

aqui tem mais do mesmo

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