Por dentro era prosa solta e toda idéia por ele grafada sua prisão doméstica. Nos textos o seu cotidiano. Suas palavras davam forma e corpo aos pesadelos de vidas convencionais e estereotipadas que o cercavam. Vida que seguia se repetindo de geração para geração, submetendo-se as consciências e as vontades, por vezes divinas e muitas outras nem tanto. A letra era dissecação da sua condição de classe média decrescente. Válvula de escape para sua visão, desencantada e descrente dos liames familiares. Nele os “des-laços” de convenção e união familiar. Não lhe faltava amor e interesse. Pelo contrário, amava seu sangue e carne como ninguém. Era um deles e para todo sempre continuaria a ser, apenas o que crescia nele minavam a força do querer ficar. Antagônico. No fim restou-lhe: amor, uma galinha, e feliz aniversário.
2 comentários:
Enfim, nestes cansados pensamentos
passo esta vida vã, que sempre dura.
Camões
q bonito...gostei de sobrar uma galinha.
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