2.25.2012

A terceira margem do rio

Pierre et Gilles

Flutuava. Descia livre o rio largo da vida. Nem sempre senhor das velas e ventos navegava por entre correntezas e outros percalços. O rio de tão largo nunca lhe mostrou as margens. Nunca viu nada de um lado, nem do outro. Água e vastidão eram constância, nunca chão. No coração a certeza de que terra lá existia, mesmo que fosse a terra escura e fria do fundo. Por vezes pensou que iria naufragar e por muitas outras que iria com o barco junto afundar. Imergir, descer ao fundo e lá ficar. Âncora.

3 comentários:

Eddy Bedendo disse...

Le, adorei! Beijos. Eddy

Anônimo disse...

E foram ficando marcadas
Ouvindo risadas, sentindo arrepios
Olhando pro rio tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar
E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Boiando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar

Anônimo disse...

Il fiume dei ricordi
Il greto del passato
Sta ritornando da me
Sta rivivendo per te
Ma dore ti troveró
Se tu non vuoi?

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