Pegou a agulha e sofreu para colocar a linha - sinal da idade, brincadeira do tempo ou mero cansaço. Com maestria de alfaiate começou a costurar. Fechar aberturas, juntar partes, chulear e dar pontos. Começou pelo mais exposto. Começou costurando a vagina com o ímpeto de amor pleno. Alinhavou e selou. Depois a boca, os olhos e todo e qualquer orifício que pudesse ser saída. Ele quis nela prender a maior das irracionalidades, o amor.
Palavras
roubadasinspiradas por Richard Kern e Reinchenbach e dedicadas ao amor que mata de Ivana Debértolis.
3 comentários:
amor em doses cavalares. amor que mata.
Alessandro, nunca vou esquecer este texto, nunca. Obrigada por vc existir em mim tanto assim.
Belo! A inocência e a adoração na sua extrema forma de amor!
Engraçado você citar Hesse, comecei a ler o livro Lobo da Estepe (que estou amando) faz pouquíssimo tempo! Não conhecia o termo Lebenskrankheit.
Por fim, suas palavras roubadas serão as minhas hoje: http://hemlockdiary.blogspot.com/2010/07/lebenskrankheit.html
suas visitas são sempre adoráveis e me faz muito bem.
as vezes acho que nunca vou parar de ler isso...num movimento hipnótico e sem volta. igual o amor. o amor pensado, quero eu dizer.
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