Abriu os olhos e não viu o sol brilhando em um céu azul. Vestiu-se e saiu. Andou à esmo e não viu crianças brincando, jovens se amando, ou a revolução da vida acontecendo diante dos seus olhos. Optou por não ver. Optou por não lavar o tanque de roupas sujas. Não via roupas para lavar, casa para limpar e também não procurou por nada. Era mais fácil deixar o pior entrar. Sem perceber o tamanho do egoísmo que sua condição era. Impunha sua tristeza. Sua dor era a maior, seus problemas eram os mais difíceis, suas vontades prioridades. Voltou para o seu casulo e optou por nunca virar crisálida. Crescer não era uma opção ou vontade. Nunca teve a obrigação de ser feliz, mas tinha o dever de lutar para estar vivo. Para quem assistia a tragédia, que era fruto da desistência, uma palavra: Preguiça.
2 comentários:
“...si estoy tan infinitamente lejos del hombre civilizado, en el alto sentido de esta palabra. Cuando yo sé de un bruto que mata queriendo, me siento dentro de él; no me siento dentro de casi ninguna acción civilizada. Sin embargo, no se dice de mí – por la mayoría – que sea una salvaje. Es que vivo dos vidas: la que me hace vivir el mundo y la otra. La otra en sólo instantes, como el que Ud. conoció.” (Gabriela Mistral – carta de 19 de abril de 1921)
Lendo seu texto em Echaporã ("por mais distante, o errante navegante, quem jamais te esqueceria...") e pensando: daria para permanecer lagarta "hic et ubique"????? O tempora! O mores!
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