Para outros, se fez numa colcha de retalhos. Pedaços costurados, colagem de restos, amontoado de sentimentos, sobras de coisas e muitas idéias desperdiçadas. Fez-se misto de armadura e prisão. Busca caber em si, mas não cabe. Não encaixa, escorre e escapa. Não consegue ser entre outros. Está entre outros, porém existe em outro lugar. Noutro lugar é completo, não é mais pedaços, nem sobras. É apenas sentimento e sonhos. Nada lhe segura ou controla. Flui. Neste lugar descostura cada alinhavo que um dia o prendeu à existência d’outros.
2 comentários:
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
(Álvaro de Campos/Fernando Pessoa,1928)
esse é irmão daquele texto que vc fez pra mim. sentimentos costurados e irmãos. pra sempre assim, sem fim.
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