8.13.2009

Cicatriz


Seu silêncio me aniquila
Corrói minha compreensão
Dói.
Mais uma cicatriz.

Palavras roubadas de um querido amigo e como ele mesmo declara não passam de um versinho de pé quebrado. Obrigado, Róvis! Para ler ouvindo Ludov com Reprise clique aqui. Valeu Mans pela dica.

Um comentário:

Anônimo disse...

“A ferida causa dor, e a dor sara a ferida: tal é a virtude da pedra de hoje, se eu acerto a empregar bem o tiro, e tal também a matéria nobilíssima, que para o discurso ou meditação desta noite nos tem assinado o nosso grande intérprete: Dolor amissi: a dor do bem perdido. Vós, os que tendes perdido algum bem, e aqueles principalmente que têm perdido o sumo bem, se quereis saber o motivo e remédio de vossa dor, e doer-vos heróica e ditosamente, dai-me atenção.”
[...]
“Toda a matéria presente se resolve em três palavras: dor, perda, e bem; porém, a complicação destes mesmos termos é tal, que havendo de tratar da dor do bem perdido, o primeiro perdido sou eu, porque, quando quero combinar a dor com a perda, a perda com o bem, e o bem com a dor, me acho cercado por todas as partes, e preso sem saída, dentro de um círculo por uma parte inevitável, e por outra incrível. Todos crêem que a dor é a medida da perda, e a perda a medida do bem; sendo, porém, certo, como é, que o bem possuído se estima menos, e o mesmo bem perdido se estima mais, daqui se segue que a perda cresce e faz maior o bem, e que o bem perdido, feito maior, faz também maior a dor. De maneira que, caminhando do bem para a perda, e da perda para a dor, o bem, a perda e a dor são menores; porém, tornando da perda para o bem, e do bem perdido para a dor, a dor, a perda e o bem são maiores; e tudo isto, sendo o bem o mesmo, e não diverso. Já vedes a força da dificuldade, que não pode ser mais clara à experiência, nem mais escura à razão. Porém, para sair deste labirinto tão intrincado, a mesma escuridade da razão nos dará a luz, e a mesma dificuldade da experiência o fio: oh! se eu acertara a descobrir a verdadeira causa, pela qual o bem perdido, sendo um e o mesmo, ou verdadeiramente é maior, ou sem erro se julga tal!”

Antônio Vieira - “As cinco pedras da funda de Davi em cinco discursos morais” - Pregados à Sereníssima Rainha da Suécia,CRISTINA ALEXANDRA, em língua italiana, na Corte de Roma, traduzidos na portuguesa por ordem e aprovação do Autor
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/arquivos/texto/0043-01951.html

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