10.16.2008

Meu reino por um espresso


Nunca tenho tempo. Para ser e até para não ser, sempre me falta tempo. Para arrumar ou desarrumar. Para escrever ou revisar, tudo falta. Meu drama de hoje, decidi varar esta noite para finalizar um novo projeto e fui procurar café. Um S-U-S-T-O. Planilhas excel abertas, livros pelo chão, vizinhos em pânico (Shhhh! Culpa das paredes de papel do  cubículo lar-doce-lar) Todos com medo da minha reação. Foi o surto, mas para relaxar resolvi escrever sobre minha tragédia antes de voltar ao eito jurando nunca mais esquecer de comprar café. Para não perder o momento ôdara, por que nunca temos tempo? Nunca temos tempo para rever amigos ou ajudar nas pressões diárias deles. Não temos tempo a perder, muito menos a ganhar. Tempo para mim virou espaço ou problema de miopia, tenho que estar perto para conseguir ver. Virou um dilema sobre distância percorrida e velocidade média. Vivo a  mercê da física mecânica, sou escravo do ir e do voltar. Não tenho tempo para responder mensagens, cuidar das preocupações daqueles que gosto, não tenho tempo para ir ao Bar do Jair (Segredo de gordo, tomar cerveja e comer a melhor coxinha de Campinas!), nem tempo para café. Tudo que é bom acaba logo, igual café espresso ou o último filme clichê do Spielberg. Ainda bem que não era o filme o meu maior interesse. Minha boca virou meu relógio, então imagina o desespero que é a minha vida de prolixo. Por falar em abrir a boca, abre parênteses, hoje falei que era prolixo para um senhor e ele achou que eu estava lhe ofendendo, fecha parênteses. Meu tempo deixou de existir e virou curiosamente na minha falta de tempo. Sempre me desculpando, sempre em falta com quem merece minha atenção, sempre alegando algum outro compromisso em cima de outro compromisso. Um problema, ainda mais para uma pessoa como eu que ainda não aprendeu a dizer não. Quero aprender a negar no lugar de desmarcar. O luto depois do "sinto muito, mas não posso ir" vem cheio de constrangimento. Fico dias sem dormir desenhando desculpas absurdas. Moral da história, existe um único antídoto para a falta de tempo. Escutem Leiam bem, um Ú-N-I-C-O e não é café. O segredo é estar apaixonado; esquecer de si para inventar o desejo pelo outro. O desejo vira tempo e tudo é adiado.  Oh, Santo Einstein da Relatividade dai-me tempo forças. Amém! (PS: Se Santo Antônio estiver por perto e ler blog também pode dar um braço uma ajudinha?) Bem, na ausência de coffea arabica e milagres do espaço-tempo só me resta arrumar uma trilha sonora para a madrugada, clique aqui para um petisco. Slacker, get back to work.

Um comentário:

Thiago Gagante disse...

Eu tb não tenho tempo. Surto sempre com isso, mas eu tava começando a me adaptar a essa vida sem-tempo quando resolvi largar algumas coisas e achar um tempo pra mim. Foi a melhor coisa q fiz.
: )
Ps.: Café é uma coisa q nunca falta em casa!

aqui tem mais do mesmo

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