"Eu não pedi para nascer ser ministro..." assim começou a carta de prestação de contas dos primeiros 1oo dias da gestão Minc no MMA. O texto foi endereçado a "amigos, companheiros e ambientalistas" e termina com calorosas "saudações eco-libertárias". O documento traz comentários sobre licenciamento ambiental, os planos do governo para a liberação do cultivo de cana na região do Pantanal, teor de enxofre no diesel, e o plantio de espécies exóticas nas áreas desmatadas da Amazônia. Muito é dito em nome da Nossa Senhora da Sustentabilidade, mas pouco do discurso garante de fato uma mudança de peso num país de dura realidade onde uma em cada 10 pessoas não sabe ler nem escrever ou 1 em cada 4 domicílios ainda não tem rede de esgoto. Chamou atenção nesse desabafo (desabafo sim, pois com esse começo, meio e fim a carta perdeu a seriedade oficial e virou conversa entre amigos, companheiros e tree huggers ambientalistas) a menção do Senhor Ministro sobre o "meu peixe" que é o desenvolvimento de tecnologias limpas no Brasil. O parágrafo logo no começo do texto citou minimamente a criação do Fundo Clima destinado a fomentar tecnologias ecoeficientes. Este fundo será financiado com recursos oriundos da indústria do petróleo. Viva eu, viva tu, viva o pré-sal do campo Tupy! Na minha juventude estaria dando pulos de alegria com essa declaração, mas estou ficando velho e com esperanças cada vez menores. Sinceramente, espero que essa mudança realmente aconteça. Porém, com a experiência dos anos aprendi que ela, apesar de necessária, não é um processo simples nem tampouco rápido. Meu medo é tudo acabar em pizza campanhas de responsabilidade socioambiental que cada vez mais são de fachada e despertam a minha desconfiança e incredulidade.
"What lies behind us and what lies ahead of us are tiny matters compared to what lives within us." Henry David Thoreau
9.19.2008
Take a baul bow
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