9.29.2008

Lebow estava errado...

A grande águia careca esteve em um progressivo processo de ampliação do seu padrão de produção e consumo até os dias de hoje. Como resultado o desenvolvimento da sociedade estadunidense passou a ser orientado por uma economia totalmente produtiva. Ah tá, mas qual é o problema? Toda grande economia produtiva demanda uma sociedade que faça do consumo o seu padrão de qualidade de vida. Assim, obriga que os membros desta sociedade convertam a compra e o uso de mercadorias em rituais diários de satisfação, impõe que eles busquem esta satisfação no consumo. Desta forma para ter sentido de existência, a sociedade do consumo cria necessidades de coisas para comprar, consumir, gastar, substituir e descartar sempre em uma escala cada vez mais crescente . Para Victor Lebow esse era o modelo a ser seguido, a felicidade estava logo ali nas melhores lojas do ramo. Como todo produto de sucesso vem acompanhado de uma boa propaganda, ele criou inveja e o mundo livre comprou a idéia. O marco desta progressiva ampliação do padrão de produção e consumo mundial foi quando nós definimos o estilo estadunidense de vida como padrão de qualidade de vida desenvolvida e o lema “Compre muito, Use pouco e Descarte sempre” passou a ser parâmetro, inclusive, de políticas públicas nos mais diversos estados livres do mundo. Como resultado,  o mundo “desenvolvido” ou para o desenvolvimento do mundo é necessário consumir mais bens e serviços em busca da realização pessoal por meio de um infinito número de produtos chineses “baratos” e retro-alimentando um monstro que existe para suprir as necessidades artificiais crescentes de seus famintos por novidades consumidores em um círculo vicioso. Segundo o especialista que deu entrevista para a BBC o fim do ciclo de Lebow será uma grande pedra no sapato do próximo líder da potência do norte. Ele terá não só de supervisionar a execução do plano de resgate econômico, como também guiar a contratação e recapitalização do setor financeiro, auxiliar os endividados do setor imobiliário e "moldar" novas políticas para uma sociedade que terá menos acesso ao crédito fácil e consumo além do limite. Será que é o fim do "sonho americano"? Pelo menos para o norte acabou. Chegou a hora do sul acordar do seu pesadelo e aprender com o primo falido rico uma lição. 

“Our enormously productive economy… demands that we make consumption our way of life, that we convert the buying and use of goods into rituals, that we seek our spiritual satisfaction, our ego satisfaction, in consumption… We need things consumed, burned up, worn out, replaced, and discarded at an ever increasing rate” V.L.

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